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Sou apaixonada pela vida, por livros, pela natureza e sou encantada por essa capacidade que o ser humano tem de adquirir conhecimento. Admiro a inocência e a inteligência das crianças e acredito que toda criança pode aprender. Porém cada uma no seu ritmo, no seu tempo e principalmente que cada criança aprende de maneira diferente. O segredo é não desistir.

sábado, 19 de março de 2016

NÃO BASTA GOSTAR DE CRIANÇAS PARA SER UM PROFESSOR OU UMA PROFESSORA


NÃO BASTA GOSTAR DE CRIANÇAS PARA SER UM PROFESSOR OU UMA PROFESSORA
Enedina Faustino Braz 






Os professores, paulatinamente, vem sendo reconhecidos como profissionais que atuam não apenas como técnicos, mas que tomam decisões importantes em um ambiente muitas vezes desconhecido e complexo. Decisões estas, como diria Paulo Freire, ousadas, pois o professor precisa ter ousadia para ser capaz de encarar sua tarefa árdua, complexa, cheia de desafios a cada dia e a cada aula. E para ser capaz de desenvolver o verdadeiro papel de educador com profissionalismo é necessário, acima de tudo, conhecimento. Contudo, os conhecimentos que são imprescindíveis, apenas a graduação e formação continuada, não são suficientes. É preciso também, que no interior das escolas, o professor tenha um espaço e tempo para refletir sobre suas práticas pedagógicas. Segundo Saretta e Aragão (2013) a importância dessa consciência e da clareza em relação aos objetivos que desejam ser atingidos, é o que faz toda a diferença na vida prática dos professores.
É comum ouvirmos que para trabalhar na alfabetização, principalmente na educação infantil, “basta gostar de crianças”, afinal, “são apenas crianças pequenas”, “então não precisa ser uma pessoa formada em pedagogia”. Devido a isso, coloca-se pessoas que muitas vezes não tem o compromisso com o desenvolvimento e com o aprendizado das crianças, que futuramente poderão ter “prejuízos” e danos em sua formação e que dificilmente serão reparados. Pessoas que, na visão de Saretta e Aragão (2013), sequer entendem sobre o desenvolvimento infantil, abrindo margem para que as crianças sejam cuidadas e educadas da forma como cada um acha certo, o que remete à história de vida e a reproduções errôneas de educação. 
Lembra do que Alice no País das Maravilhas, num determinado momento da sua caminhada perguntou ao gato? Ela pergunta: “Gatinho, para que direção devo seguir? , o gato, depois de pensar um pouco, diz: “se você não sabe qual direção deve seguir, qualquer caminho serve!”. É exatamente disso que estamos falando. Quando o professor não sabe o caminho que deve seguir, quando não sabe para onde conduzir a criança, certamente, as coisas darão errada. Não basta gostar de crianças, não basta ser uma boa mãe, não basta ser uma “tia coruja”, etc. Para ser uma boa professora da educação infantil, não basta amar o que faz, se não souber para onde deve ir, isto é, se não souber o que deve fazer. Na visão de Saretta e Aragão (2013), é essencial saber o que fazer, quais atitudes tomar, quais referenciais teóricos se basear, revisando constantemente e refletindo sobre suas práticas pedagógicas.
A partir da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 20 de dezembro de 1996, a educação infantil passou a ser considerada a primeira etapa da educação básica. Presumindo, portanto, que as creches brasileiras deixariam de possuir o caráter assistencialista de quando estavam sobre responsabilidade, em sua maioria, da secretaria de ação social. Não era exigido nenhum nível de escolaridade aos profissionais que atuavam diretamente com as crianças, mas a partir da LDB a formação de magistério passou a ser obrigatória.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) diz em seus artigos 29 e 62:

“Art. 29: A educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da crianças de até 5 anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.”

”Art. 62: A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior em curso de licenciatura de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida como formação mínima para o exercício em magistério na educação infantil e nas quatros primeiras séries do ensino fundamental, oferecida em nível médio modalidade normal”
Segundo o Plano Nacional de Educação aprovado pela Lei 10.172 de 09 de janeiro de 2001, tendo sua elaboração prevista pela Constituição Federal, no que diz respeito às diretrizes define:
“A educação infantil é a primeira etapa da educação básica. Ela estabelece as bases da personalidade humana, da inteligência, da vida emocional, da socialização. As primeiras experiências da vida são as que marcam mais profundamente a pessoas. Quando produtiva, tendem a reforçar, ao longo da vida, as atitudes de autoconfiança, de cooperação, solidariedade e responsabilidade. A formação dos profissionais da educação infantil merecerá uma atenção especial, dada a relevância de sua atuação na faixa de 0 a 5 anos incluem o conhecimento das bases científicas do desenvolvimento das crianças, da produção de aprendizado e habilidade reflexão sobre a prática, de sorte que esta, se torne cada vez mais forte de nossos conhecimentos e habilidade na educação das crianças. Além de formação acadêmica prévia, requer-se a formação permanente, inserida no trabalho pedagógico nutrindo-se dele e renovando-o constantemente. ”
A partir dos aportes teórico de Saretta e Aragão (2013), uma educação de qualidade, portanto, passa necessariamente pela identidade do professor, por seu entendimento do que é educação, construído coletivamente por toda a comunidade escolar (alunos, professores, pais, gestores, funcionários, comunidade). 
De acordo com Saretta e Aragão (2013), os pais, que são quem escolhe as escolas, os professores e educadores que trabalham com crianças pequenas, precisam pensar seriamente sobre tudo isso.  Os pais devem acompanhar e verificar se a escola que seu filho estuda, incentiva a formação continuada dos docentes, com reuniões de estudos sistemáticos, por exemplo. Jamais devem permitir e aceitar que seu filho seja cuidado e educado por um espaço que não tenha compromisso com a qualidade, por pessoas que não tenham consciência de suas práticas pedagógicas e que não compreendem cada etapa do desenvolvimento infantil.

Referências:
REBELO, Ângela: A Educação Infantil Na Nova LDB. Disponível em: http://pedagogia.tripod.com/infantil/novaldb.htm: Acesso em: 06.03.2016
SARETTA, P; ARAGÃO, M. Professora SIM, Tia NÃO”: gostar de criança não basta: Disponível em: uvindocriancas.com.br/2013/04/05/professora-sim-tia-nao-gostar-de-crianca-nao-basta-para-ser-professora/: Acesso em: 06.03.2016

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